Caso Mateus - dentro e fora Comunicação com Filipe Pinheiro (Ex-professor de Informática..

quarta-feira, abril 15, 2009

Revista Veja, Editora Abril, edição 2024, ano 40, nº 35, 5 de setembro de 2007, página 20

“...os bancos do mundo deixarão de emprestar 2 trilhões de dólares em 2008, só para poder se enquadrar nos ditames de Basiléia I e II. Um tiro no pé dos bancos e na economia do planeta.”

* Previsão confirmada em 5 de dezembro de 2008:

"Oppenheimer & Co analyst Meredith Whitney, among the earliest to turn bearish on the sector, said she expects lenders to pull more than $2 trillion of credit lines over the next 18 months, with severe consequences for U.S. consumers."

Artigo

Por que os grandes emprestadores de hoje são os fundos de pensão, hedge fund, e as empresas de private equity, e não os bancos comerciais, com seus mais de 500 anos de tradição nessa área? A origem da crise atual remonta a 1933 e 1935, quando o governo americano instituiu uma série de regulamentos visando a impedir que os bancos emprestassem além de sua capacidade financeira. Esses regulamentos foram sendo modificados ao longo dos anos, e sua última versão são os acordos de Basiléia I e II.

Neles encontramos a regra básica comum a todos: "Os bancos poderão emprestar no máximo doze vezes seu capital e reservas, corroídos pela inflação do ano, ano após ano". Deve ser a regra mais estapafúrdia e incoerente da história econômica do mundo, porque enfraquece a capacidade de emprestar dos bancos ano após ano, justamente o contrário do que queriam fazer. Imagine o estrago que acarretaram ao setor bancário vinte anos de inflação multiplicados pela alavancagem de doze vezes o patrimônio líquido. Devido à inflação média somente deste ano, os bancos do mundo deixarão de emprestar 2 trilhões* de dólares em 2008, só para poder se enquadrar nos ditames de Basiléia I e II. Um tiro no pé dos bancos e na economia do planeta.

Os bancos comerciais, para sobreviver, mergulharam de cabeça em outras atividades, como serviços, derivativos, securitização de recebíveis. No ano passado, somente os bancos americanos realizaram a loucura de 157 trilhões de dólares em derivativos, contra 500 bilhões em 1988. Hoje, os empréstimos não passam dos 6 trilhões; o negócio dos bancos comerciais agora é outro.

No Brasil, sentimos o efeito dessa regra bancária insana em 1982 e 1983, quando a inflação americana atingiu 20%, obrigando os bancos a recolher 20% de seus empréstimos, por simples regulamentação governamental, criando a famosa crise da dívida externa, que nos causou uma década e tanto perdida. Acusaram-nos na época de ser um país superendividado, de ter tomado empréstimos demais, quando na realidade eram eles que estavam sendo forçados a dar empréstimos de menos. Os bancos também foram acusados injustamente de ter emprestado sem rigor, o que resultou nesses acordos ainda mais rígidos de Basiléia I e II, que mantiveram o absurdo original de usar como cálculo um capital corroído anualmente pela inflação. Um enorme retrocesso.

Compare isso com a regra utilizada pelo Banco Central brasileiro até 1995: "Os bancos poderão emprestar até doze vezes seu capital, corrigido anualmente pela inflação".

Se em vez de pedirem moratória, implorarem por mais prazo, nossos negociadores tivessem exigido a troca do "corroído pela inflação" por um "corrigido pela inflação", os bancos americanos teriam tido o necessário espaço para respirar e teríamos resolvido a não-crise numa boa. Tínhamos até a obrigação de alertar o mundo, pois só os economistas brasileiros enxergam essas frases em itálico, calejados que fomos pela inflação. Mas, em 1995, nosso Banco Central introduziu, inexplicavelmente, a regra "corroído pela inflação", enfraquecendo nosso sistema bancário, forçando-o a ganhar dinheiro com serviços, e não com empréstimos, comprometendo o crescimento do Brasil – mais um erro do governo FHC.

Há males que vêm para o bem. Por termos enfraquecido o setor bancário mundial, hoje existem novos personagens dando crédito, crédito mais bem distribuído, menos conservador, mais agressivo. Agora, em vez de o risco ser concentrado nos 100 maiores bancos do mundo, como em 1983, o risco está pulverizado entre 45.000 fundos e no mínimo 200 milhões de investidores de classe média para cima.

Muitos desses fundos estão de fato com problemas. Investidores que escolheram erradamente fundos muito alavancados e concentrados amargarão prejuízos, mas não teremos o risco de quebra em massa nem o contágio de bancos em liquidação, como antigamente.

Stephen Kanitz é formado pela Harvard Business School

domingo, abril 12, 2009

Olá! Sou o Carlos Viana, moro no Porto e não vim para candidatar, mas sim para apresentar
a errata linguística. Na primeira emissão da 10ª temporada de "Querido Mudei a Casa",
antes da entrevista entre a apresentadora e a Ana, das reacções dos membros da família e
das comparações entre antes e depois da mudança provocada pelos membros de construção
(Carlos e Cia), a apresentadora disse: "...há 5 dias atrás". A frase "...há 5 dias atrás"
está incorrecta. devia dizer "...há 5 dias.". A colocação na mesma frase do verbo haver e
do advérbio atrás é considerada erro. O "há" é sinónimo de "atrás".

Exemplo:

"Há 4 anos..." Correcto
"4 anos atrás..." Correcto
"Há 4 anos atrás..." Absolutamente errado


Agradeço que a produção diga à apresentadora para que apresente a errata ou a produção
apresente a errata no próximo "Querido Mudei a Casa". Não apresentar errata é um insulto
ao bom português.

Abraço,
Carlos